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quarta-feira, dezembro 11, 2013

Quanto tempo dura o que é eterno?

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E ela foi.
Há muito tempo que se sentia sozinha. Ele também.
Eram apenas bons amigos. Grandes amigos.
Conversaram.
Compartilharam saudades, tristezas.
Solidão.
Era difícil para ambos conviver com a falta da pessoa amada. Mas eles eram apenas amigos e jamais iriam magoar um ao outro.
Eram mais leais a isso.
Na despedida, se abraçaram. Um longo abraço. Um forte abraço.
"Quanto tempo dura a eternidade? Às vezes, um instante..."
Ambos sentiam que aquele momento passaria.
Ela pensou no seu amado... Longe.
Ele também e disse:
- Sabia que por mim eu passaria o dia todo assim?
Abraçou-o mais forte ainda. Sentiu-se bem com aquilo, mas sabia que ele não dizia isso para ela.

segunda-feira, agosto 12, 2013

Mãos Dadas

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e tu arrancas o meu sorriso
desse jeito
sufocando-me com teu silêncio
esmagador...
sinto o agudo rebuliço
desafinando os nossos doces acordes momentâneos...
tão efêmeros!

a harmonia dos nossos idílios
desfaz-se como castelo de areia...
teus olhos fixam-se além,
não me notam...
ignoram-me!

mas apesar de meus olhos
esbarrarem em tuas costas frias,
ainda sinto o calor
de nossas mãos dadas!

domingo, julho 21, 2013

SENTIMENTAL

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domingo, julho 14, 2013

A literatura neo-sensorialista de Kawabata

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Yasunari Kawabata (1899-1972).
E começo o FDS Erótico (ou melhor, encerro, rsrsrs) com uma das obras que revolucionaram a literatura modernista japonesa. A obra intitulada "A casa das belas adormecidas" (título original: Memureru Bijo), de Yasunari Kawabata assinala uma revolução na literatura japonesa nos anos 60, marcando a abertura para a inserção de elementos da cultura ocidental na literatura produzida no Japão.

Kawabata nasceu em Osaka, no ano de 1899, interessou-se por livros ainda adolescente, principalmente clássicos do Japão, que mais tarde serviriam de inspiração para a criação de suas próprias histórias. Estudou literatura na Universidade Imperial de Tóquio e foi um dos fundadores da Bungei Jidai, revista literária na qual apresentava influências do movimento modernista ocidental, sobretudo do surrealismo francês. Mais tarde, a revista defenderia os ideais da corrente neo-sensorialista (shinkankakuha) que visava uma revolução nas letras japonesas e uma nova estética literária, deixando de lado a corrente realista e dando espaço para uma escrita lírica, impressionista e atravessada por imagens nada convencionais.

As novas correntes literárias defendidas por Kawabata e por vários outros jovens escritores renderam ao autor o Prêmio Nobel de Literatura de 1968 pela obra "O país das neves".

Em 1972, desgastado por excesso de compromissos, doente e deprimido, Kawabata comete suicídio.

Em seus textos, Kawabata contrasta morte e erotismo, características que serão marcantes em toda a sua obra. Em A casa das belas adormecidas, pode-se observar como o escritor japonês descreve a concisão da alma feminina, revelando o corpo da mulher em sua sutileza e esplendor. Kawabata era um excelente observador, pois acreditava-se que era imbuído do mastugo no me (traduzido literalmente como "o olhar derradeiro"). Nada escapava ao olhar perspicaz de Kawabata, e essa sua destreza em observar a natureza da alma feminina nortearia toda a essência de um de seus livros mais importantes.

A casa das belas adormecidas conta a história de Eguchi, um homem de 67 anos que frequenta um bordel no qual moças se encontram em sono profundo ao serem dopadas por opiáceos, lá, Eguchi irá se deparar com virgens que podem ser tocadas pelos visitantes, mas é proibido violá-las. Esta sua obra apresenta inegável parentesco com uma obra de tema homônimo, intitulada "Diário de um velho louco", do japonês Jun'ichiro Tanizaki, que também era defensor e grande representante da literatura japonesa moderna.

A sexualidade na idade madura é-nos apresentada de forma nua e crua, num cenário composto pela exploração sensorial do corpo feminino em estado de torpor. Essa sexualidade será exposta através do torpor (controlado) do corpo feminino representado pelas jovens moças que trabalham no bordel.

O bordel é descrito, na história, com os seguintes dizeres:

"Não havia nenhuma placa com letreiro anunciando uma hospedaria. Além do mais, os segredos daquela casa não permitiriam colocar tal anúncio. Não se ouvia ali nenhum ruído."

Em outra passagem do livro, podemos perceber como a sensualidade é trabalhada no texto, além de expor de forma concreta as imagens e as sensações que as palavras e as cenas proporcionam ao leitor:

"Completamente fora de si, o velho Eguchi esquecera que a garota era a oferenda ao sacrifício, e procurou com o pé as pontas dos pés dela. Somente ali ele ainda não havia tocado. Os dedos eram longos e moviam-se graciosos. As articulações, de modo semelhante às dos dedos das mãos, ora se dobravam ora se desdobravam, o que já bastava para exercer em Eguchi a forte sedução de mulher misteriosa."

No prefácio do livro, encontramos a seguinte análise sobre a obra de Kawabata:

"Ao contrastar o ritmo harmônico da natureza e o turbilhão da avalanche sensorial, Kawabata forjou insólitas associações e metáforas táteis, visuais e auditivas que surpreendem por revelar os processos de fragilização do ser humano diante do cotidiano, numa composição surrealista de elementos da cultura e filosofia orientais, personagens acuados e cenários inóspitos.


Sua obsessão pelo mundo feminino, sexualidade humana e o tema da morte (presente em sua vida desde cedo, sob a forma da perda sucessiva de todos seus familiares) renderam-lhe antológicas descrições de encontros sensuais, com toques de fantasia, rememoração, inefabilidade do desejo e tragédia pessoal."



Cena do filme Beleza Adormecida, de Julia Leigh (2011).

A casa das belas adormecidas serviu de inspiração para o filme pornosoft Beleza adormecida, da cineasta australiana Julia Leigh. O filme conta a história da universitária Lucy (interpretada por Emily Browning) que desce à fraternidade dos anciãos para se tornar objeto de um fetiche, no mínimo, estranho: ser observada e tocada por homens idosos enquanto dorme sob o efeito de narcóticos.

A obra de Kawabata trouxe uma nova visão do erotismo na literatura, explorar os sentidos e as imagens dentro da perspectiva do neo-sensorialismo tornaram a obra deste grande autor num ícone para a literatura universal, mesmo tendo um tema homônimo à obra de Tanizaki, a sexualidade senil é narrada de forma diferente nas duas obras. Tanizaki expõe a sensualidade de um senhor de idade que irá vivê-la de forma contida, enquanto Kawabata transpõe os limites sensoriais das relações humanas através do corpo feminino.

domingo, julho 07, 2013

Encontrei-a

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Encontrei-a.
O amor escorria por seus dedos.
Espalhada em sua própria confusão

E eu, caridoso como quem distribui pão,
Resolvi resgatá-la de seus medos.

Deixei-a entrar.
“Repare, tudo está organizado”.
“Use meu exemplo como atadura”.

Então, eu quis largar minha armadura
E fazer promessas de amor, bem ao seu lado.

Deixou-me entrar,
Porém não poderia cumprir sequer uma promessa.
O que houve contigo, comigo se repete.

Minha organização se desorganizou depressa,
Mas jamais te varrerei para debaixo do carpete.

Prefiro espalhar-me em nossa própria confusão
Com o amor escorrendo m nossos dedos.

sexta-feira, junho 28, 2013

Glosa II

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Mote da Glosa "Que parece um menininho/Toda vez que vê você."

Me inclua em seus versinhos,
Minha cara poetisa!
Peça a Vênus uma brisa
Que abrande meus caminhos,
Dê-me o riso que eu aninho,
Dê um tiquinho do seu ser,
Pode até não parecer:
Tremo todo meu carinho
Que parece um menininho
Toda vez que vê você.

quinta-feira, junho 27, 2013

Glosa I

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Mote: Coração parece um 'menininho' / Toda vez que vê você.


Vou fazer alguns versinhos,
para Vênus padroeira,
dos amantes companheira,
versos cheios de carinho,
pra que traga ligeirinho
o amado do meu ser,
para assim amor fazer,
e acalmar 'coraçãozinho'
Que parece um 'menininho'
Toda vez que vê você.

sexta-feira, junho 21, 2013

POEMA DO ACASO

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Torço para que o Acaso
seja deus meu favorável,
que atraia em seus laços
todo plano não marcado,
todo anseio imutável,
todo amor incontornável.

E, conspirando a meu favor,
dos fados conivente,
sendo deles protetor:
Acaso, seja tu, unicamente!
Acaso, caia como a chuva
ajudando toda a gente.

sexta-feira, junho 14, 2013

Latet anguis in herba

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Eu era senhora de mim.
Senhora de todas as coisas.
Dona altiva e ladina
desses sentimentos indomáveis.

Mas tu soubeste me achar.
Soubeste arrancar-me do meu cômodo.
Arrancaste-me de mim mesma.

Eu era senhora de mim.
Senhora de todos os dizeres.
Dona eleita e segura
da razão entre o bem e o mal.

Meu bem-querer:
tu foste o mal em forma de anjo,
doce e sereno como menino-nascente.
Obrigou-me a querer-te bem como mãe,
de infinito, contente...
Tu eras a serpente escondida na erva.

Meu mal homeopático:
tu fechaste os meus olhos.
Calaste a minha boca.
Tapaste os meus ouvidos...
Tu querias viver da minha vida.
Comungar da minha alegria.
Mas tu,
tu querias muito mais ainda...

Levaste contigo o passarinho cativo e
ficou-se a gaiola
a bater de quando em quando
- vazia.

sábado, junho 08, 2013

ROTINA

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Manhã de sol
Tarde, piscina .
Noite menina,
Assistir o futebol.

Manhã, caneta.
Tarde, casa.
Noite sem asa.
Punheta.


E assim, andando
O meu dia em turnos,
Vai fraquinho, tombando.


Matutos passeios diurnos.
Só a bronha vou intercalando,
Entre episódios vespertinos e noturnos.