quarta-feira, maio 08, 2013

Cartas de minha avó

Posted in , , ,


Noturnamente a boca se abria... 
Ia-se, o sol, reacender sua chama! 
No meu quarto, debaixo, pois, da cama, 
Uma vetusta caixa me prendia. 

Eram cartas untadas de magia, 
Do tempo que ardia a forte flama 
Da minha vó - tal qual uma mucama - 
Pelo meu vô - ladrão da senhoria. 

Pego em silêncio os papeis atados, 
Um frio sopro da noite e, ao meu lado, 
Os meus jovens avós à cama sentam. 

Confuso ver o sol enquanto vela! 
"Fecha, pois, meus avós, esta janela, 
Ledes comigo vosso amor e benção."