Cartas de minha avó
Posted in cartas de minha avó, Felipe D'Castro, Poesia, soneto
Noturnamente a boca se abria...
Ia-se, o sol, reacender sua chama!
No meu quarto, debaixo, pois, da cama,
Uma vetusta caixa me prendia.
Eram cartas untadas de magia,
Do tempo que ardia a forte flama
Da minha vó - tal qual uma mucama -
Pelo meu vô - ladrão da senhoria.
Pego em silêncio os papeis atados,
Um frio sopro da noite e, ao meu lado,
Os meus jovens avós à cama sentam.
Confuso ver o sol enquanto vela!
"Fecha, pois, meus avós, esta janela,
Ledes comigo vosso amor e benção."