Ócio
Posted in Isaac Barbosa, Poema, PoesiaAcordo tarde, com gosto de sangue na boca,
Não levanto, olho o teto, bocejo. Nada de interessante vejo
Nessa minha vida inerte e oca.
A calmaria é a maré da minha vida
E o tédio, minha caravela.
Vago pelo oceano sem destino,
Jamais navegarei por novas terras.
...
Janto, olho as horas.
Os ponteiros, o tempo, o relógio, está tudo morto
No cemitério pregado na parede.
Enterro as horas no necrotério cronológico
Os meses morrem de ócio
E todos os anos sofrem de bócio.
Nos segundos inteiros poderiam ter sido...
E que não foram.